A China viveu anos de glória e muito crescimento econômico. De 1994 a 2022, o país cresceu em média 8,7% ao ano PIB.
Se você acha pouco, para efeitos comparativos, quando o PIB brasileiro cresce bem, ele está por volta de uns 2% ao ano.
Voltando à China, desde 2010 o país é a segunda maior economia mundial, perdendo apenas para os EUA.
Mas e agora? Será que a China consegue superar os EUA e se tornar a maior potência mundial?
Existem muitas análises de economistas, mas gosto de trazer uma visão mais equilibrada, nem tanto para lá, nem tanto para cá. E para isso, é importante entender o que está acontecendo com a China hoje!
Não é de ontem que o mercado imobiliário chinês vem perdendo força. Você já deve ter ouvido falar sobre a rapidez dos chineses para construir (ou derrubar) novos lugares. Eles fazem prédios, estradas e todos os tipos de estruturas de forma muito rápida.
Tão rápida que o ritmo da construção não acompanhou a demanda e muitas cidades fantasmas foram construídas. Basta você procurar por imagens dessas cidades na China.
Foto: Qilai Shen/Bloomberg
A foto acima retrata vários edifícios de apartamentos construídos pela Evergrande em Qidong, província de Jiangsu. A maioria deles, vazios.
A Evergrande é uma das maiores empresas da construção civil chinesa e enfrenta um declínio. Fica mais bizarro ainda quando se entende que o setor imobiliário chinês responde por quase 30% da economia do país.
Se analisarmos apenas esse setor, já temos uma boa ideia do que pode estar acontecendo.
O crescimento populacional chinês também está enfrentando dificuldades, devido a política de filho único adotada por muito tempo no país. O índice de desemprego, principalmente entre os mais jovens, subiu bastante, a ponto dessa informação deixar de ser fornecida pelo governo para o resto do mundo.
Somado a isso, a fraca demanda da economia chinesa e os recentes discursos do comandante do país, dizendo que não irá resgatar esse setor, reforçam o quanto a China enfrenta problemas internos.
Além disso, a China enfrenta queda nas exportações devido à lenta recuperação das economias e também às muitas restrições dos EUA. O mundo passa por um ciclo de inflação elevada, o que contribui para um cenário negativo no todo.
A conclusão é que a China não crescerá tanto como cresceu nesses últimos anos. Mas ainda vai crescer, e pasmem, mais do que o Brasil.
Então, como ela pretende se sustentar?
A moda do momento é a geopolítica internacional.
Se desde os anos 2000 não aconteciam grandes eventos que mudassem a dança das cadeiras, o mundo hoje enfrenta diversas guerras, como a da Rússia e Ucrânia, mas também guerras por influência através de poder, tecnologia e matéria prima, como o petróleo.
As últimas alianças chinesas e as ameaças à ilha de Taiwan demonstram um cenário conturbado e podem afetar toda uma cadeia global de suprimentos. O caso mais emblemático é o de produção de Iphones, da Apple, que recentemente retirou uma parte importante de produção da China, transferindo para a Índia.
Esse é um movimento que tende a virar moda: produções offshore estão voltando para nearshore ou friendly shore - em um país amigo - como é o caso do México para os EUA.
Faz algum tempo também que muitas empresas de tecnologia do vale do silício vem encontrando dificuldades com parceiros chineses, pois o governo americano impõe cada vez mais restrições e dificulta o acesso. Tudo para que a China não tenha acessos a dados americanos.
A recente inclusão de mais países no BRICS demonstra uma forte influência chinesa, aliando-se a países com muita produção de petróleo. E talvez, o maior dos problemas: a China passou a ser um grande aliado da Rússia.
Parece que aquela velha máxima do “inimigo do meu inimigo, é meu amigo” não é mais válida hoje. Os países estão ligados em uma economia global, dependem de vários fatores externos e cada movimento político, por mais inofensivo que pareça, afeta diretamente consumidores no mundo todo.
E você, no seu trabalho, o que tem a ver com isso tudo?
Cada vez mais é necessário estar atento às principais economias do mundo. O que os países fazem, como está a taxa de inflação e quem é aliado de quem.
Se você depende exclusivamente de uma fonte de suprimento, por exemplo, chinesa, é hora de pensar globalmente. Sair do tradicional e buscar alternativas em outros países.
Acompanhar os valores internacionais de algumas matérias primas tem sido mandatório para quem quer entender, por exemplo, como o preço da gasolina pode subir ou baixar em um curto/médio prazo.
Tudo isso pode mudar do dia para a noite e um exemplo disso são as tensões diplomáticas entre Índia e Canadá, que cresceu em poucos dias e pode mudar a relação desses dois países.
O que vai acontecer, ninguém sabe. Mas você pode começar a entender como a geopolítica está cada vez mais presente e afeta seu dia a dia.
Se você tem outra visão, por favor, fique à vontade para compartilhar.
Great article about the world economy
classification/Ranking Future
USA
China
???
Brazil